DEPENDÊNCIA, ESPIRITUALIDADE E ESPERANÇA

A) Nós, perante a dependência e perante os dependentes;
B) Conseqüências espirituais;
c) Tratamento espiritual.

A) Nós, perante a dependência e perante aos dependentes:
Muitos de nós conhecemos alguém que sofre com um ente querido que passa pela crise da dependência, ou até mesmo muitos de nós sofremos com esses irmãos dependentes dentro de nossos próprios lares. Os Espíritos de luz nos ensinam a todo o momento que o primeiro passo que devemos tomar para ajudarmos a estes irmãos é amá-los verdadeiramente, nos aproximarmos intimamente deles, nos fazendo iguais a eles, porque quando nos achamos superiores a eles, temos dificuldades, nos tornamos pessoas equivocadas e não conseguimos chegar bem próximos, para que eles possam perceber o sentimento fraterno de ajuda que pode estar nascendo dentro de nós com relação a eles. É necessário que baixemos o nosso nível de orgulho para podermos amar mais e assim podermos socorrer aqueles que amamos e que Deus nos confiou, colocando-os sobre nossa tutela, pode ser um filho, um irmão consangüíneo, um amigo, enfim qualquer um que necessite de nossa ajuda.
A grande maioria de nós possui algum tipo de dependência, isso é comum, levando em consideração o nosso grau de evolução espiritual.
Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de 1858 nos trás um estudo sobre e vida fora do planeta terra, vida espiritual, esclarecendo que o planeta Júpiter é o planeta mais evoluído do sistema solar e através dos médiuns, Kardec faz uma pergunta aos espíritos mensageiros, muito interessante, que se fossem colocados no planeta Júpiter os espíritos mais evoluídos do planeta terra, qual posição eles ocupariam em Júpiter? E eles respondem, que La eles ocupariam o posição de macacos.
Isso é uma lição de humildade para nós que só adquirimos uma minúscula parte do que Deus preparou para nós, conseguimos apenas uma pequena parte de civilização, mas somos ainda vitimados pela predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual no estagio evolutivo em que nos encontramos, conforme a questão 742 do Livro dos Espíritos.
Ainda na questão 793 os mensageiros falam a Kardec: “Credes que estais muito adiantados porque tendes feitos grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções, porque vos aloja e vestis melhor do que os selvagens. todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e puderdes viver entre vós como irmãos, praticando a caridade cristã. Até lá, sereis apenas povos esclarecidos, não tendo percorrido senão a primeira fase da civilização
Por este motivo é que ainda trazemos dentro de nós muitos vícios, ainda trazemos muitas dependências dentro de nosso organismo espiritual, por isso a necessidade de não julgarmos, de não pretendermos ser uns mais do que os outros.
Não podemos esquecer que a questão dos vícios é muito mais ampla que tão somente os tóxicos, temos pessoas viciadas em comida, em doces, em cafeína, pessoas viciadas em sexo, em jogos, em internet, pessoas viciadas em calmantes, remédios para emagrecer, pessoas viciadas em falar da vida alheia e etc.
Allan Kardec pergunta aos irmãos espirituais na questão 913 em o Livro dos Espíritos:

“Qual dos tipos de vícios é o mais radical, e o que esta mais enraizado, o mais difícil de ser extirpado?

E a reposta é curta, é o EGOISMO e na seqüência ainda cita aquele vicio que é o pai de todos os outros, que é a fonte de todos os males, que se chama ORGULO, por isso não devemos nunca julgar uns aos outros, pois somos todos viciados.

Para refletirmos:
Devemos nos perguntar, quantas pessoas buscam o efeito das drogas para preencher algum vazio que existe dentro de si?
Quantas fogem em direção as drogas por motivo da depressão?
Antes de condenar nossos irmãos que se entregaram ás drogas devemos buscar as causas disso, pois o vicio é com certeza o efeito, e essas causas, nós só chegaremos até elas, se amarmos nossos irmãos dependentes de verdade, se nos aproximarmos deles, descobrindo qual é esse vazio que a droga esta preenchendo, que pode ser a baixa estima, a falta de serenidade, a aflição, pois estamos vivendo em uma vida extremamente materialista ,onde não estamos satisfeitos com aquilo que possuímos, deixando um grande vazio, em relação aos bens materiais, não encontramos a “solução” para os nossos problemas, a desocupação, mente vazia, oficina do mal.
Sem esse conhecimento, muitas vezes a clinica de desintoxicação, tornasse irrelevante.
Não podemos nunca nos esquecer da DEPRESSAO, segundo nossos irmãos do A.A, muitos alcoólatras já disseram que só começaram a beber, por causa dela, da depressão.
O problema aflitivo das drogas não é, portanto basicamente um caso de policia. É um problema espiritual, distúrbio emocional do ser humano em atrito com as Leis Divinas.
Os dependentes precisam de nossa compreensão e de esclarecimento, precisam descobrir sua própria realidade espiritual, sua condição de ser preexistente sobrevivente e imortal, a caminho da perfeição, por mais distante que ele se coloque, afugentado pelos desacertos.
“O homem não passa subitamente da infância á maturidade”, disseram os Espíritos a Kardec.
Para que amadureçam, os imaturos que recorrem ao processo de fuga proporcionado pelas drogas precisam antes, do AMOR que, na sua dinâmica, se converte em caridade. Envolvido pela sua turbulência intima, o dependente não está preparado para ser orientado e rejeitará sumariamente qualquer tentativa de pregação com a qual seja abordado. Não rejeitará, porém, a abordagem do AMOR FRATERNO, que é precisamente pelo qual mais anseia, na tormentosa aflição e solidão em que vegeta.
(B) Conseqüências espirituais
Energeticamente, os vícios acarretam vinculações perispirituais, cujas conseqüências se projetam na vida espiritual futura, depois que a alma se desprende do corpo físico, com a agravante de poder ser responsável por doenças de nascença em encarnações vindouras. É oportuno lembrar ainda, que muitos viciados são pessoas dotadas de mediunidade, sofrendo a atuação de entidades espirituais que sintonizam com os seus pensamentos e se comprazem em fazer com que se mantenham no vicio, dificultando a sua recuperação. Este fato indica a necessidade de um tratamento espiritual , que deve ser feito paralelamente ao acompanhamento médico. Além disso, outros recursos são utilizados, como o passe magnético, a água fluidificada e a desobsessão, sempre que necessária. A psicologia revela que a consciência é o substrato secreto da alma que julga os atos de cada um. Embora presentes em todas as pessoas, mantem-se “apagada”, entre os viciados, que se encontram sob o domínio de ações instintivas que se agigantam , conduzindo inúmeras criaturas á degradação de sua personalidade, destruindo lares e maltratando a sociedade. Segundo Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, o ser humano é independente, atuando através da vontade e do livre arbítrio, para praticar o bem ou o mal, indicando que “o Espírito deve progredir por impulsos da própria vontade, nunca por qualquer sujeição. O bem e o mal são praticados em função do livre arbítrio –
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-e, Conseqüentemente, sem que o Espírito seja fatalmente impelido para um ou outro. ”O que vale dizer que , para se preservar dos vícios ,a pessoa deve fortalecer os recursos da ,com pensamentos positivos,boas leituras, conversas edificantes, trabalho ,enfim sempre na busca de coisas edificantes para a alma.
Na região umbralina onde muitos Espíritos que desencarnaram, devido ao uso de drogas, ficam juntos, ligados uns aos outros por pura afinidade de gostos, muitos ainda Espíritos ainda ficam sob o efeito de drogas devido á ligação energética que têm com seus corpos e com a energia de determinada droga,suas mentes estão cristalizadas no vicio , fazendo com que fique determinado tempo naquelas regiões.

C) Tratamento espiritual
Para o tratamento dos males decorrentes do uso das drogas, a medicina dispõe de admiráveis recursos importantes para controlá-los, praticamente em todos os recantos da terra, embora esse trabalho não dependa apenas das ações médicas, requerendo da sociedade muita dedicação, respeito e AMOR. Abordando esse problema, André Luiz, no livro No Mundo Maior, afirma: “A medicina inventará mil modos de auxiliar o corpo atingido em seu equilíbrio interno; por essa tarefa edificante, ela nos merecerá sempre sincera admiração e Amor, entretanto, cumprem a nós outros praticar a medicina da alma, que ampare o Espírito enleado (Ligado, atado) nas sombras.
È mister (forçoso, necessário ou urgente) acender em derredor de nossos irmãos encarnados na terra, a luz da Compaixão fraterna, traçando caminhos á responsabilidade individual. Haja mais Amor ante os vales da demência do instinto e as derrocadas (quedas) cederão lugar a experiências santificantes”
O tratamento médico baseia-se na assistência física e psiquiátrica. Paralelamente deve ser feito o tratamento espiritual, como a fluidoterapia e demais recursos, tanto na prevenção como no tratamento das doenças da alma. Há muitas pessoas que procuram o tratamento espiritual e esperam obter a cura imediata, como num abrir e fechar de olhos, como se fosse um passe de mágica que as fizesse voltar à normalidade. Em geral a cura espiritual requer profundidade de propósitos e continuidade de ações ,que levam á transformação íntima da pessoa diante do problema que está enfrentando. Essa transformação, também chamada de REFORMA ÍNTIMA, é um processo que resulta da educação da alma e requer a completa adesão do doente ao tratamento instituído. È a educação que se realiza com a liberdade de culto e com responsabilidade de propósitos, presente entre as pessoas de boa vontade que pautam suas vidas segundo a LEI DO AMOR, a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A freqüência ás reuniões públicas, o passe magnético, reuniões de fluidoterapia, culto no lar, água fluidifica, compõe o tratamento espiritual, mas nada disso fará mais efeito do que uma pequena manifestação do verdadeiro AMOR, que pode transformar tudo e todos, os Espíritos amigos nos dizem que “do fundo do posso ,vêem estrelas”. Quem sabe nós podemos ser estas estrelas para o nosso irmão dependente da droga?
É isso que Jesus deseja de nós, se preciso for, que carreguemos no colo nossos irmãos carentes de socorro.